AUMENTO NO NÚMERO DE CASOS COLOCA A OSTEOPOROSE COMO PRIORIDADE EM SAÚDE PÚBLICA

No mundo o custo anual de hospitalização por fraturas causadas pela doença é de 19,8 bilhões de reais, maior que o custo de infarto, derrames e câncer de mama. No Brasil, a osteoporose custa 1,2 bilhões de reais anualmente.


O Brasil é um dos poucos países da América Latina que tem a osteoporose como prioridade em termos de saúde pública. Esta é a conclusão do estudo The burden of osteoporosis in four Latin American countries: Brazil, Mexico, Colombia, and Argentinapublicado recentemente na revista científica Journal of Medical Economics. 

A osteoporose afeta 200 milhões de pessoas no mundo, sendo 10 milhões somente no Brasil. De acordo com a pesquisa, no mundo o custo anual de hospitalização por fraturas causadas pela doença é de 19,8 bilhões de reais, maior que o custo de infarto (16,7 bilhões), derrames (11,7 bilhões) e câncer de mama (1,9 bilhões). No Brasil, a osteoporose custa 1,2 bilhões de reais anualmente. 

O estudo ainda aponta que, graças ao envelhecimento da população, o número dos casos tende a crescer. Para Ben-Hur Albergaria, professor de epidemiologia clínica da Universidade Federal do Espírito Santo e pesquisador do Centro de Pesquisa em Osteoporose do Espirito Santo (CEDOES), “é preciso trabalhar com ferramentas simples como a identificação precoce de pacientes de alto risco e iniciar o tratamento de quem precisa”.

A Fundação Internacional da Osteoporose (IOF – sigla em inglês) estima que o número de fraturas osteoporóticas subirá 32% até 2050 em todo o mundo. Só no Brasil, em 2030, deverão ser registradas 608 mil, um aumento de 63% em relação a 2015 (373 mil).

Apesar de ser uma enfermidade comum, a osteoporose é pouco diagnosticada e, na maioria dos casos, tratada tardiamente quando o paciente já sofreu alguma fratura. O médico ortopedista do Hospital Agenor Paiva, Dr Victor Flávio Guerreiro Couto (CRM 21153), explica o que é a osteoporose, quais os sintomas, cuidados e tratamento.

P: O que é a osteoporose e quais são os seus sintomas?

R: A osteoporose é uma doença metabólica que deixa os ossos frágeis e porosos – feito uma esponja ou um tijolo molhado. Ela não costuma se manifestar com sinais clínicos exuberantes. Às vezes o paciente pode se queixar de dor ou aumento da sensibilidade nos membros inferiores, diminuição de estatura, mudanças posturais, dor na região lombar e cervical - que muitas vezes já são decorrência das alterações ósseas devido a microfraturas.

 

P: Quais os locais mais atingidos pela doença?

R: Os locais mais comuns atingidos pela osteoporose são a coluna e a bacia (colo do fêmur), seguidos do punho e do braço. A fratura do colo de fêmur é a mais perigosa.

 

P: Quais são os fatores de risco para desenvolver a doença?

R: Os fatores de risco da osteoporose são inúmeros e costumamos dizer que são multifatoriais. Os fatores genéticos e hormonais influenciam fortemente no grau da perda óssea e manutenção desta perda, associada com a idade, má nutrição, tabagismo, excessiva ingestão de álcool, uso de determinadas medicações por um período crônico e falta de exercício físico.

 

P: Como é feito o diagnóstico?

R: O diagnóstico deve ser feito através da análise da DMO (Densidade Mineral Óssea) e análise do T-score, que normalmente podemos encontrar mais facilmente através do exame de densitometria óssea.

 

P: Nós temos muitos pacientes idosos, a osteoporose atinge de que forma esse público?

R: De modo geral homens e mulheres são atingidos por conta do processo normal de envelhecimento e com a baixa da testosterona no homem e do estrogênio na mulher, ambos podem sofrer com a osteoporose.

As mulheres, por uma queda abrupta dos níveis de estrogênio após a menopausa, costumam sofrer um pouco mais que os homens e estão mais suscetíveis à doença e suas consequências, como fraturas e deformidades na coluna. É importante ressaltar que osteoporose não acontece apenas nos idosos.

 

P: Quais os cuidados que os pacientes devem tomar?

R: Podemos tomar alguns cuidados para prevenir a osteoporose, alguns deles são:

  • Procurar expor-se ao sol da manhã regularmente;
  • Exercitar-se, principalmente através de caminhadas e atividades que exijam força muscular;
  • Ter uma alimentação rica em cálcio e vitamina D como, por exemplo, com leite e seus derivados;
  • Evitar bebidas alcoólicas;
  • Não fumar.

 

P: Como tratar a doença?

R: O tratamento deve ser feito após a avaliação de um médico (clínico ou algum especialista, como geriatra, ginecologista, reumatologista e ortopedista) que irá fazer o ajuste na dieta e avaliar possíveis fatores exógenos (como controle hormonal, se for o caso, e combate a possíveis causas secundárias), além de recomendar tratamento com suplementação de cálcio, vitamina D e medicações que atuam inibindo a degradação óssea.

 

P: Qual a importância de visitar regularmente o médico ortopedista?

R: A visita ao médico e a realização de exames periódicos, bem como exames mais direcionados, se faz necessário principalmente por que as complicações podem ser desastrosas. Fraturas de colo de fêmur ou por insuficiência na coluna torácica e lombar podem ser incapacitantes, levando o indivíduo a realizar uma cirurgia que poderia ser evitada com a introdução de atividade física na rotina e mudança de hábitos diários.

 

O Hospital Agenor Paiva conta com serviço de ortopedia ambulatorial. Central de marcação: (71) 3310-4000 ou via WhatsApp (71) 99178-0215