AS CRIANÇAS E O CORONAVÍRUS: QUAIS OS CUIDADOS ADEQUADOS?

Atenção especial deve ser dada a um grupo que pode contrair a doença e, mesmo sem apresentar os sintomas, ser um vetor de transmissão: as crianças.


Todo o mundo está em estado de alerta por conta da pandemia do novo coronavírus COVID-19, de modo que muitas informações sobre cuidados na prevenção e tratamento têm sido amplamente difundidas. Entretanto, atenção especial deve ser dada a um grupo que pode contrair a doença e, mesmo sem apresentar os sintomas, ser um vetor de transmissão: as crianças.

Em muitos lugares do país as aulas foram suspensas, contudo ainda assim é preciso atentar para os cuidados com os menores no intuito de prevenir a propagação da doença, inclusive estimulando a prática de bons hábitos de higiene que trarão benefícios pelo resto da vida. Muitos pais estão com sérias dúvidas sobre como proceder com seus filhos: aglomeração de crianças pode resultar em transmissão? Quando devo levar meu filho ao hospital? Máscara adianta?

Para ajudar você a esclarecer estas e outras dúvidas, montamos um guia especial que contou com a ajuda de nosso especialista em infectologia, Dr Thiago Lobo.

 

  1. Quais sintomas meu filho pode apresentar e o que devo fazer? Até o momento as crianças se mostram menos afetadas pelo novo coronavírus, por razões ainda desconhecidas pelos especialistas – se aposta no sistema imunológico forte durante os primeiros anos de vida. Contudo, elas são igualmente infectadas e tornam-se vetores da doença. Ou seja, mesmo que a criança não apresente os sintomas, ela pode ter o vírus. Por outro lado, as crianças podem desenvolver os mesmos sintomas de uma gripe ou resfriado, como tosse, fadiga, febre e dificuldade para respirar. Mas para suspeitarmos de coronavírus é muito importante avaliar o histórico de onde essa criança esteve nos últimos 15 dias antes dos sintomas surgirem – se ela teve contato com algum caso confirmado, suspeito ou se voltou de uma viagem internacional. Essa verificação deve ser feita juntamente com o pediatra, antes de qualquer coleta de amostra sanguínea para realização de teste para a doença.

 

  1. Se ela estiver com suspeita da doença, o que devo fazer? Inicialmente é importante deixar a criança separada de suas atividades em grupo, num isolamento domiciliar. É necessário ainda evitar que essa criança fique sob os cuidados de pessoas que pertençam ao grupo de risco – como idosos e pessoas com baixa imunidade, como portadores de doenças crônicas ou em quimioterapia.

 

  1. Quando devo levar meu filho ao hospital? É importante entender que crianças costumam ser mais vulneráveis e nos hospitais há grande circulação de vírus e outras doenças contagiosas. Por isso, em tempos de coronavírus, levar a criança ao hospital nem sempre é a melhor solução. Deve-se manter a calma e acompanhar a evolução do quadro clínico. Caso a criança apresente sintomas mais sérios como dificuldade para respirar e febre, o recomendado é levá-la ao médico. De qualquer forma é sempre bom o acompanhamento de um pediatra que ajude a orientar os pais sobre a melhor conduta.

 

  1. Quais cuidados práticos a criança pode ter? É importante orientar a criança a ter cuidado com as superfícies que ela toca, como mesas, cadeiras e outros objetos. Neste sentido é importante também explicar para a criança que ela deve evitar tocar nas pessoas, com abraços por exemplo. Reforçar a higiene dos lugares com álcool 70% ajuda a eliminar o vírus. Em lugares públicos, nada de usar o bebedouro, que costuma ser fonte de transmissão de diversos vírus respiratórios - a criança deve ter sua garrafinha de água individual. Vale ainda ressaltar os cuidados ao tossir ou espirrar, cobrindo a boca com os braços, e a constante higienização das mãos, lavando com água e sabão ou com álcool em gel.

 

  1. O uso da máscara na criança é recomendado? Não. Máscaras devem ser usadas por quem está infectado, não como medida preventiva – exceto nos casos de profissionais de saúde que lidem com doentes. Elas não evitam que uma pessoa seja infectada, além de ser um grande incômodo para as crianças. É importante esclarecer que essa grande procura pela compra de máscaras prejudica quem realmente precisa delas, pois o produto começa a faltar nas prateleiras de lojas e farmácias.

 

  1. As crianças que viajaram para um país com grande circulação do vírus devem fazer o teste? Não. As crianças só devem ir ao hospital fazer o diagnóstico do coronavírus se estiverem doentes. Ainda que a criança tenha viajado para uma área com grande risco de infecção, se não houver sintomas ela não deve fazer o teste. Vale ressaltar que se todos resolverem fazer o teste, mesmo sem apresentar sintomas, os prontos-socorros ficarão ainda mais sobrecarregados – o que prejudica a todos.

 

O Hospital Agenor Paiva conta com equipe multidisciplinar formada por profissionais capacitados que ajudam você a cuidar de forma adequada de seu filho.