DIABÉTICOS POSSUEM ATÉ 4 VEZES MAIS CHANCE DE TER PROBLEMAS CARDÍACOS

Atualmente o Brasil tem cerca de 14 milhões de diabéticos, figurando como o 4º país do planeta em números absolutos de portadores, segundo a Organização Mundial da Saúde.


Atualmente o Brasil tem cerca de 14 milhões de diabéticos, figurando como o 4º país do planeta em números absolutos de portadores, segundo a Organização Mundial da Saúde. De acordo com a Associação de Diabetes Juvenil, 1 milhão de casos ocorrem em crianças e a cada 100 mil portadores, cerca de 8 são pessoas com menos de 20 anos. Estima-se que em 2035 o número de brasileiros com a doença passe dos 19 milhões. Os números assustam e alertam para os perigos de uma doença, muitas vezes, silenciosa - para cada caso diagnosticado, estima-se que haja um sem diagnóstico.

O paciente com diabetes está suscetível a uma série de problemas de saúde decorrentes da doença, visto que as altas taxas de glicose no sangue podem provocar problemas renais, cegueira e até amputação de membros inferiores. Entre o rol de doenças associadas, uma está ligada ao coração. A Associação Americana do Coração afirma que pelo menos 68% das pessoas com 65 anos ou mais com diabetes morrem de algum tipo de doença cardíaca. Ainda segundo a associação, diabéticos são até 4 vezes mais propensos a sofrer problemas cardiovasculares.

Mas porque o diabetes aumenta tanto este risco?

“O descontrole nos níveis de açúcar no sangue geram um estado inflamatório que favorece o surgimento de placas de gordura nos vasos sanguíneos. O diabetes aumenta, por exemplo, a probabilidade de desenvolver uma arterosclerose que pode causar infarto”, explica a Dra Daniela Gorjão (CRM 18342), cardiologista do Hospital Agenor Paiva.   A deficiência de insulina no organismo, característica do diabetes, também piora o quadro, já que ela é responsável por dilatar as artérias e sua ausência aumenta ainda mais a pressão nos vasos.

Outro fator que aumenta o risco é a obesidade, presente principalmente nos casos de diabetes tipo 2. Com o excesso de gorduras no corpo, o surgimento de doenças cardiovasculares é algo bastante comum. Um estudo inglês na Universidade de Chester mostrou que 80% dos pacientes com diabetes tipo 2 morrem em decorrência de complicações cardíacas.

Apesar do perigo, muitos portadores do diabetes parecem ainda não atentar para a gravidade da situação, mesmo quando já foram vítimas de problemas cardíacos. Isso ocorre porque muitos desses pacientes têm sintomas brandos durante um infarto e não chegam a procurar ajuda. “Nem sempre o diabético apresenta os sintomas clássicos de um ataque cardíaco, muitas vezes ele tem apenas uma falta de ar, tontura, náuseas, indisposição ou vômitos. É importante que o paciente com diabetes fique atento a estes sinais, porque eles podem ser de um infarto. Neste caso ele deve procurar uma unidade de saúde ou o médico que o acompanha para realização de um check-up que investigue os sintomas”, alerta Dra Daniela.

Mudança de hábitos

Embora seja uma doença crônica e sem cura, o diabetes pode ser controlado. Às vezes apenas a adoção de um estilo de vida mais saudável é suficiente. “Esse tipo de mudança é importante tanto para o controle da doença, quanto para sua prevenção. Bons hábitos alimentares e a prática de atividades físicas são o grande diferencial para manter a qualidade de vida do portador de diabetes, inclusive permitindo que ele envelheça bem e com saúde”, ressalta Dra Daniela. Outras medidas podem ser tomadas para tratar a doença – com uso de medicações que atuam no controle do açúcar no sangue e injeções de insulina, quando necessário.