GLAUCOMA: UMA DOENÇA SILENCIOSA QUE ATINGE MILHÕES DE PESSOAS

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o glaucoma é a segunda maior causa de cegueira (catarata é a primeira) e a principal causa das cegueiras irreversíveis.


Os riscos de problemas oculares aumentam à medida que as pessoas envelhecem. Muitas dessas alterações só são notadas quando os problemas se agravam, como é o caso do glaucoma, uma doença degenerativa do nervo óptico, progressiva e silenciosa que causa a diminuição do campo de visão até a cegueira em casos mais avançados. 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o glaucoma é a segunda maior causa de cegueira (catarata é a primeira) e a principal causa das cegueiras irreversíveis.

No Brasil, a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) estima que um milhão de brasileiros sofrem com o glaucoma e 70% deles sequer sabem que possuem a doença. No Hospital Agenor Paiva, uma média de 20 a 25% dos pacientes atendidos pela oftalmologista Dra. Maria Beatriz Esteves Guimarães sofrem dessa patologia silenciosamente.

 

Doença silenciosa

"O glaucoma é uma doença que causa a perda de fibras do nervo óptico (responsável pelas informações visuais recebidas pelo olho até o cérebro) levando a alteração do campo visual, podendo combinar com a cegueira no futuro. As causas podem ser diversas, assim como os tipos, mas o mais comum é o glaucoma de ângulo aberto (crônico), mas frequente após os 35 anos e de caráter familiar, onde ocorre o aumento da pressão ocular", explica a Dra. Maria Beatriz. 

O glaucoma geralmente desenvolve-se lentamente, podendo levar anos para apresentar algum sintoma. Por isso, a recomendação médica é para ficar atento a alguns sinais, como: dor de cabeça frequente, fotofobia, enjoo e dor ocular intensa.

Outro ponto importante é identificar se você está relacionado em um ou mais fatores dos grupos de risco (idade – acima de 50 anos, casos de glaucoma na família, afrodescendentes, uso prolongado de medicamentos à base de corticosteroides, e problemas de saúde como hipertensão, diabetes e alta miopia).

 

Como evitar

Apesar de não ter cura, o glaucoma pode ser tratado e prevenido. É importante realizar consultas periódicas com um médico oftalmologista, pelo menos, uma vez por ano, para a realização de um diagnóstico precoce e para fazer o acompanhamento da doença.

De acordo com a Dra Maria Beatriz Guimarães, quanto mais cedo descoberto, melhor a prevenção da evolução da patologia e o tratamento, que, apesar de específico para cada caso, geralmente é feito através de medicamentos e uso de colírios para controlar a pressão intraocular. Em alguns casos, quando o tratamento medicamentoso não é suficiente, é necessário procedimento cirúrgico.

"É necessário que o paciente procure o médico para averiguar se há algo errado, fazer os exames necessários e seguir o tratamento adequado. Se automedicar é perigoso, tem pacientes que são sensíveis a corticoides e usam colírios que o contém, sem saber que o uso de corticoides, até mesmo nasal ou em pele, pode desenvolver um glaucoma e até mesmo chegar à cegueira achando que está se tratando", chama a atenção a oftalmologista.

Outros cuidados como manter uma boa alimentação, praticar atividade física, proteger os olhos da luz solar, não coçar os olhos com as mãos sujas, ajudam a manter a boa saúde da sua visão.